Ecoturismo e Turismo Responsável

Desde 2005, a Eco Adventures Travel tem trabalhado para desenvolver o Ecoturismo de maneira sustentável dentro de seus verdadeiros princípios. Para esta finalidade recebemos assistência de um Bacharel em Turismo e Hotelaria and vários parceiros envolvidos com o turismo e o meio ambiente, bem como ONGs, Universidades, comunidade local, departamentos do governo, etc.

As informações apresentadas abaixo são parte integral do projeto de graduação: PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO DO ECOTURISMO NA REGIÃO DO PASSO DO LONTRA – MS. Balneário Camboriú (SC): UNIVALI, 2000.

A ecologia e a preservação do meio ambiente, a partir da década de 70, passa a ser um assunto amplamente discutido nos países desenvolvidos, “(…) que deu inicio a um processo de discussões e encontros que culminaram em documentos como a Declaração de Estocolmo (1972), a Declaração de Cocoyoc (1974), o Relatório Bruntland (1987), a ECO 92 e finalmente a RIO-95. Todos com o intuito de abrir espaços para discutir estilos alternativos de desenvolvimento que compatibilizem as premissas básicas de um desenvolvimento sustentável.” (Andres, 1998, p. 42).

Para a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, o Desenvolvimento Sustentável é um “Modelo de desenvolvimento econômico e social que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”.

O desenvolvimento sustentável surge, assim, como uma forma de conciliar o desenvolvimento econômico, a preservação do meio ambiente e a valorização cultural das comunidades que o praticam.

Neste contexto, o turismo sustentável surge como uma das formas para se alcançar o desenvolvimento sustentável, a fim de evitar danos ao meio turístico, minimizando os custos sociais que afetam os moradores das localidades, otimizando os benefícios do desenvolvimento do turismo.

Para Pearce apud Beni (1998, p. 61), turismo sustentável é a “maximização e otimização da distribuição dos benefícios do desenvolvimento econômico baseada no estabelecimento e na consolidação das condições de segurança sob as quais são oferecidos os serviços turísticos, para que os recursos naturais sejam mantidos, restaurados e melhorados”.

Segundo MICT/MMA (1994), o ecoturismo surge como um dos mais inteligentes instrumentos de viabilização econômica para o gerenciamento correto dos recursos naturais, oferecendo aos brasileiros uma alternativa digna de conquistar seu sustento e uma vida melhor, ao mesmo tempo em que assegura às gerações futuras, o acesso aos legados da natureza.

De acordo com Pires (1998), o ecoturismo expressa um segmento do turismo que se apresenta hoje como uma das principais alternativas para o desenvolvimento sustentado nos destinos turísticos do mundo, em especial em regiões e países de economia deprimida.

Para Lindberg, Hawkins (1995), o ecoturismo é considerado como um novo e promissor instrumento para preservar áreas naturais frágeis e ameaçadas quanto um meio para propiciar oportunidades para o desenvolvimento das comunidades dos países em desenvolvimento.

A seguir serão apresentadas algumas definições para a atividade ecoturística, levando-se em consideração, os diferentes setores com interesse pelo desenvolvimento da atividade.

Para o ambientalista Lascurain apud Pires (1998 p. 79), Ecoturismo é: “a realização de uma viagem a áreas naturais que se encontram relativamente sem distúrbios ou contaminação com o objetivo específico de estudar, admirar e desfrutar a paisagem juntamente com suas plantas e animais silvestres, assim como qualquer manifestação cultural (passada ou presente) que ocorra nestas áreas”.

Os organismos governamentais encarregados de planejar e gerir políticas nesta área definem ecoturismo como:
“um seguimento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas”. (MICT/MMA, 1994 p. 19).

O Instituto de Ecoturismo do Brasil – IEB, como uma entidade representativa do trade, define ecoturismo como:
“a prática de turismo de lazer, esportivo ou educacional, em áreas naturais, que se utiliza de forma sustentável dos patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação, promove a formação de consciência ambientalista e garante o bem estar das populações envolvidas”. (IEB, apud Pires, 1998 p. 83).

Ruschmann apud Pires (1998 p. 84), define o ecoturismo como: “sendo as viagens realizadas por empresas especializadas com o objetivo de proporcionar ao turista o convívio direto com a natureza, respeitando os princípios do desenvolvimento socioeconômico das destinações, promovendo a educação ambiental e a sustentabilidade dos meios visitados”.

Em todas as definições citadas anteriormente, nota-se, que é comum a todas elas, a utilização do meio ambiente, seja ele natural ou cultural, conservado ou pouco alterado para a realização do ecoturismo.

Com os novos roteiros na natureza, conhecidos como ecoturismo, a indústria do turismo está em plena expansão, onde materiais e vídeos sobre ecoturismo estão cada vez mais em destaque na mídia mundial.

De acordo com Lindberg, Hawkins (1995), é imprescindível que os responsáveis pela gestão de áreas naturais, dimensionem o turismo a ser desenvolvido em cada área, para então, elaborar estratégias de planejamento e gestão do ecoturismo. Assim, a estratégia deverá conduzir a atividade, a fim de se alcançar satisfatoriamente os objetivos e se aproximar da situação desejada, ou seja, garantir a sua sustentabilidade.

Uma estratégia, segundo Lindberg e Hawkins (1995), constitui-se de três fases. A primeira seria avaliar a situação atual da localidade, quanto ao turismo, atrativos naturais, nível de demanda, etc. A segunda fase trata-se de determinar uma situação desejável para o turismo e identificar os passos para concretizá-la. Por fim, a terceira fase diz respeito a elaboração do documento referente a estratégia ecoturística.

Uma estratégia ecoturística permitirá aos responsáveis pela administração de áreas naturais, fomentarem ou não o ecoturismo, em função dos benefícios ou malefícios que a atividade poderá trazer à natureza e à comunidade local.

A indústria do ecoturismo só terá sucesso se os recursos naturais forem protegidos, e eles só serão protegidos se houver uma estratégia correta de gestão, e se os representantes governamentais, empresários e as comunidades locais assumirem o papel de liderança no processo de formação do produto ecoturístico.

O planejamento bem organizado, criativo e responsável de um roteiro ecoturístico gera benefícios ambientais e sócio-econômicos a todas as pessoas envolvidas com a atividade, aumentando a consciência ambiental da comunidade e aos visitantes, minimizando os impactos negativos que o ecoturismo pode trazer para a localidade receptora.

Atualmente, a viabilização do turismo sustentável, através do ecoturismo, em áreas com grande riqueza natural, é sem dúvida, de fundamental importância para a preservação do meio ambiente natural e sócio-cultural de uma região. Para tanto, é importante que todos os envolvidos com a atividade (a administração pública, empresários, organizações não governamentais, profissionais do turismo, instituições de ensino, população, entre outros), se unam e se conscientizem que o turismo, como atividade econômica, pode gerar renda, empregos, preservar o meio ambiente e valorizar a cultura e as tradições de uma comunidade.

 

Turismo Responsável

Com a popularização do ecoturismo milhares de pessoas procuram os ambientes naturais para a prática de atividades de lazer que vão desde um simples passeio até a prática de esportes de natureza.

A natureza precisa ser tratada com cuidado e respeito, não é possível realizar trabalhos de limpeza e recuperação da mesma forma como acontece nas cidades. Portanto, a proteção e a conservação dos destinos visitados depende muito do seu comportamento.

Você visitante pode e deve ajudar a evitar e ou minimizar os impactos que o turismo pode trazer a uma determinada localidade, basta seguir as recomendações apresentadas a seguir:

  • Certifique-se de que você possui uma forma de acondicionar seu lixo em sacos plásticos para trazê-lo de volta. Aprenda a diminuir a quantidade de lixo, deixando em casa as embalagens desnecessárias;
  • O salvamento em ambientes naturais é caro e complexo, podendo levar dias e causar grandes danos ao ambiente. Portanto, em primeiro lugar, não se arrisque sem necessidade;
  • Tenha certeza de que você dispõe do equipamento apropriado para cada situação. Grande parte dos acidentes e agressões à natureza são causados por improvisações, negligência e uso inadequado de equipamentos;
  • Utilize as instalações sanitárias que existirem. Caso não haja instalações sanitárias (banheiros) na área, cave um buraco com quinze centímetros de profundidade a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água, trilhas ou locais de acampamento, em local onde não seja necessário remover a vegetação;
  • Não construa qualquer tipo de estrutura, como bancos, mesas, pontes etc. Não quebre ou corte galhos de árvores, mesmo que estejam mortas ou tombadas, pois podem estar servindo de abrigo para aves ou outros animais;
  • Resista à tentação de levar “lembranças” para casa. Deixe pedras, artefatos, flores, conchas etc. onde você os encontrou, para que outros também possam apreciá-los;
  • Tire apenas fotografias, deixe apenas suas pegadas, e leve apenas suas memórias;
  • Observe os animais à distância. A proximidade pode ser interpretada como uma ameaça e provocar um ataque, mesmo por parte de pequenos animais. Além disso, animais silvestres podem transmitir doenças graves;
  • Não alimente animais. Os animais podem acabar se acostumando com a comida que oferecemos e passar a invadir os acampamentos em busca de alimento, danificando barracas, mochilas e outros acampamentos;
  • Não retire flores e plantas silvestres. Aprecie sua beleza no local, sem agredir a natureza e dando a mesma oportunidade a outros visitantes;
  • Ande e acampe em silêncio, preservando a tranqüilidade e a sensação de harmonia que a natureza oferece. Deixe rádios e instrumentos sonoros em casa;
  • Trate os moradores da área com cortesia e respeito. Mantenha as porteiras do modo que encontrou e não entre em casas e galpões sem pedir permissão;
  • Seja educado e comporte-se como se estivesse visitando casa alheia. Aproveite para aprender algo sobre os hábitos e a cultura do local;
  • Evite usar cores fortes que podem ser vistas a quilômetros e quebram a harmonia dos ambientes naturais. Use roupas e equipamentos de cores neutras, para evitar a poluição visual em locais muito freqüentados. Para chamar a atenção de uma equipe de socorro, tenha em sua mochila um plástico ou tecido de cor forte, em caso de emergência.
  • Incentive e pratique a convivência positiva entre visitantes, condutores / guias, proprietários de áreas privadas e administradores de áreas protegidas e unidades de conservação, obedecendo aos regulamentos que se aplicam a cada local;
  • Apóie as organizações de defesa do meio ambiente e prestigie seus programas, projetos e ações com contribuições, trabalho voluntário, ou associando-se a elas, quando for o caso.A ética e a prática de mínimo impacto estão sendo adotadas em todo o planeta. Seguindo estes princípios de mínimo impacto e os divulgando, você estará ajudando a preservar os atrativos turísticos, sejam naturais ou não, mantendo-os sempre na melhor condição para você e para os demais visitantes.