Neste novo post vamos contar um pouquinho de como foi a nossa (Alisson Buzinhani, Alam Parroche e os turistas alemães Frederik & Hannah) aventura durante a expedição por alguns rios do Pantanal Sul, onde ficamos 03 noites em acampamento selvagem na beira dos rios da região!

Além de ser composto por um grande mosaico de diferentes tipos de vegetação, o Pantanal pode ser considerado um conjunto de pantanais distintos, relacionados às suas diversas sub-regiões ou bacias hidrográficas. Estas são chamadas localmente por nomes próprios: Cáceres, Poconé, Barão de Melgaço, Paraguai, Paiaguás, Nhecolândia, Abobral, Aquidauana, Miranda, Nabileque e Porto Murtinho.

Nossa aventura aconteceu no Pantanal de Mato Grosso do Sul, entre os municípios de Miranda e Corumbá, na bacia hidrográfica de Miranda que é composta pelo Rio Miranda e alguns de seus afluentes: Rio Aquidauna, Rio Touro Morto, Rio Negrinho e Rio vermelho.

Montamos esta programação turística no Pantanal específicamente para nossos clientes alemães, pois normalmente o programa são 04 noites/05 dias, sendo a ultima delas em uma fazenda na região da Estrada Parque Pantanal. Devido ao pouco tempo disponível para a realização da viagem no Pantanal, tiramos uma noite em fazenda para aproveitar ao máximo o que os rios tem a oferecer!

A expedição de 03 noites / 04 dias teve inicio na cidade de Bonito, de onde Fred & Hannah partiram rumo ao Pantanal Sul. Organizamos o transfer regular (com nosso amigo Catarino Transportes) de Bonito para o Buraco das Piranhas, local onde encontra-se o destacamento da polícia militar ambiental e começa a Estrada Parque Pantanal Sul. Foram uns 20 minutos do Buraco das Piranhas até a vila do Passo do Lontra, na beira do Rio Miranda, onde encontra-se nossa base e de onde a aventura teve início.

Por volta das 15:30hs do dia 07 de setembro 2016, após terminarmos de carregar o barco com o equipamento de camping, comida, caixa térmica com bebidas e gelo, partimos rio Miranda acima com destino ao Rio Vermelho onde montamos nosso acampamento na primeira noite.

Subimos o rio quase 1h30 minutos e durante o percurso pudemos observar várias espécies de aves, capivaras e jacarés tranquilos se esquentando nas barrancas do rio. Já estava quase escurecendo quando encontramos um local para montar o acampamento da primeira noite da nossa aventura.

Para agilizar a organização do camping uns foram montando as barracas e outros foram montando a cozinha e preparando o jantar. Como nossos clientes eram vegetarianos, preparamos um arroz com alho, batata e cenoura, salda de alface com tomate e para mim e o Alam um bifão na chapa…

Após o jantar ficamos ao redor da fogueira tomando umas cervejas e conversando sobre o ecosistema Pantanal até o cansaço bater, quando cada um foi para sua barraca tentar dormir! Digo “tentar dormir” pois quem não está acostumado com o som da natureza, com o barulho das aves e dos animais, demora um pouco para conseguir dormir.

Na manhã seguinte o sol já estava alto (umas 6:00hs) e tomamos um café reforçado com direito a ovo frito, arroz com legumes, pão, leite, café, suco, frutas,… A nossa idéia original seria desfazer o acampamento e voltar a subir o rio Miranda até o Rio Negrinho. Como o Rio Vermelho estava com bom nível de água decidimos fazer um passeio de barco subindo o rio até um local conhecido como retirinho (um dos retiros de uma fazenda de 6.000 hectares).

No Retiro paramos e demos uma caminhada até a casa que fica há uns 400m do rio, observamos algumas espécies de aves que não tinhamos visto do barco (surucuá de barriga vermelha, jacutinga, verão, Picapau-de-banda-branca, saracura-três-potes, periquitos, Tucano, etc.) e conversamos com o peão do retiro sobre a fazenda e a lida de gado no pantanal.

Já eram umas 9:20hs quando decidimos descer o rio e voltar para o acampamento. No percurso de volta aproveitamos a correnteza do rio e seguimos bem de vagar observando atentamente o movimento dos animais. Nosso guia Alam (criado no passo do lontra e acostumado com o rio) conseguiu avistar uma onça-pintada sentada na beira do rio meio escondida na mata!

Nesse momento a adrenalina foi a mil, sentimos uma emoção difícil de descrever, mas rapidamente o felino saiu assim que nos viu. Para nossa sorte a onça foi para uma praia na beira do rio e lá ficou deitada até que aparecemos bem na sua frente e pudemos fotográfa-la de vários angulos diferentes. Em seguida a onça saiu da praia, entrou na mata ciliar e desceu o rio mais um pouco até parar novamente. Pudemos observar este belissímo felino (o terceiro maior do mundo) por mais alguns minutos até que ela resolver subir novamente até a praia onde já havíamos a observado antes.

Mais uma vez nos dirigimos até a praia onde a onça estava sentanda novamente. Mais fotos, mais emoção, mais adrenalina,… Acredito que no total ficamos uns 40 minutos observando a onça-pintada que, acredito estar grávida ou bem alimentada, pois ela não queria sair de onde estava e assim foi até que decidimos partir de volta para o acampamento base, deixando para trás a bela onça descansando na praia de areias claras no Rio Vermelho.

Após baixar a adrenalina e a euforia de ter observado e fotografado a Pintandona por tanto tempo, começamos a desmontar nosso acampamento e carregar o barco para ir para o proximo local de camping. Aproveitando que estava calar e o rio vermelho tem águas mais limpas, tomamos um banho de rio (tava gelada a água) para comemorar.

Do acampamento no vermelho seguimos para o Rio Miranda e continuamos a subí-lo até chegarmos no Morro do Azeite onde realizamos uma parada pois já era umas 11:30hs, quase hora do almoço.